O aspecto das ruas aos domingos é realmente de uma cidade com pouca gente no exterior e em estabelecimentos comerciais. Alguma coisa tem de ser feita para mudar esta situação. A foto foi tirada momentos antes da passagem da procissão, em honra do mártir S. Sebastião, dia de festa religiosa, no passado dia 24 de Janeiro.
Se nem uma actividade destas puxa as pessoas para a rua, já não sei o que poderá possibilitar tal facto. Tirando a Festa do Corpo de Deus, a Feira da Vinha e do Vinho, em Junho, "Dos 8 aos 80 tudo se movimenta" e os dias de futebol, quando o Anadia FC joga em casa é que dinamizam um pouco a urbe bairradina, nada mais parece motivar os anadienses, nem mesmo as sessões de cinema aos fins-de-semana, com excelentes condições e bons preços.
As entidades competentes locais têm de tomar medidas.
O SC de Braga começa a dar cada vez mais provas, que a conquista do campeonato desta época vai sendo uma realidade maior e exequível. Por um lado, até fico contente, pois o título puderá não ir para os habituais 3 grandes do futebol português, como já aconteceu há alguns anos atrás com a vitória do Boavista, infelizmente, afastado das grandes competições nacionais. Por outro gostaria também que o meu Benfica seja campeão, facto inalcançável há já algumas temporadas. Contudo, tenho a convicção que o campeão nacional desta época veste de vermelho.
Miguel Frasquilho é o próximo convidado da Comissão Política de Secção do PSD de Anadia (PSD/Anadia), para uma Conferência subordinada ao tema do Orçamento do Estado para 2010.
O evento realizar-se-á no próximo dia 05 de Fevereiro (Sexta-feira), pelas 21 horas, em local a informar oportunamente.
Miguel Frasquilho é Licenciado em Economia pela Universidade Católica Portuguesa e Mestre em Teoria Económica pela Universidade Nova de Lisboa.
Presentemente, é quadro superior do Banco Espírito Santo (BES), onde ocupa as funções de Director-Coordenador do Departamento de Research.
Deputado à Assembleia da República é, actualmente, Vice-Presidente do Grupo Parlamentar do PSD, com a tutela das áreas orçamental e finanças.
Esta iniciativa, além de ser de grande importância é especialmente oportuna. A Conferência ocorrerá poucos dias após a entrega do Orçamento do Estado para 2010, pelo Governo na Assembleia da República, e antes do debate na generalidade no Parlamento. Falamos de um orçamento envolto em especiais circunstâncias, em virtude da existência de um Governo de maioria relativa, que se viu obrigado a negociações com vários partidos da oposição.
Esta iniciativa destina-se aos militantes do PSD, mas está aberta a todos os cidadãos e à Comunicação Social.
Agradecia a sua presença no evento e que divulgasse a Conferência junto dos seus familiares e amigos.
Majestosa procissão em honra do mártir S.Sebastião cá em Anadia.
Destaco a excelente interpretação da Banda Filármónica de Anadia, nomeadamente, o tema "Adeus", muito usado no final das celebrações do 12 e 13 de Maio, em Fátima.
Diariamente, quando me desloco para o meu trabalho tenho de passar por este cruzamento entrando depois, na nacional 235, em direcção a Aveiro, ao virar à esquerda.
Contudo, verifico que ao passar por este local à noite, como acontece várias vezes, no regresso a casa, não existe qualquer tipo de iluminação pública tornando-se perigoso, para quem ali circula ou a pé ou no seu meio de transporte. A escuridão é imensa.
Penso que as Estradas de Portugal em simultâneo com o município de Anadia, já deveriam ter tomado medidas, no sentido de iluminarem esta passagem rodoviária, que como sabemos é uma das entradas da nossa cidade, para quem vem de Norte, nomeadamente, do lado de Águeda.
Fica aqui a minha observação e espero que algo seja feito para melhorar as acessibilidades do concelho, a bem de todos os cidadãos.
Se souber algum dado importante sobre o passado deste imóvel e queira partilhá-lo, ou relatar alguma história de relevo, que nele tenha vivido deixe aqui o seu registo.
É obra dos fidalgos Pais do Amaral que a partir do séc. XVIII se tornam a família de relevo em Mangualde. É Simão Pais do Amaral quem ultima a parte arquitectónica do edifício.
Levantada ao longo de boa parte do séc. XVIII nos terrenos da grande cerca contígua, apresenta o palácio quatro fachadas todas dignas. Magnifico o interior desta mansão, estando revestida de excelente azulejaria e mobiliário característicos da época.
A capela de S. Bernardo, anexa ao palácio, na face norte, vinda do séc. XVIII, sofreu alterações em 1683, 1812 e 1819 conservando hoje o seu retábulo primitivo com um S. Bernardo pintado por W. Machado.
Foi classificado Imóvel de Interesse Público através do Dec. 95/78, Diário da República 210, de 12 de Setembro.
Este fim-de-semana está em exibição no cineteatro de Anadia o filme Avatar, nada mais nada menos, o mais caro da história do cinema.
Contudo, fico admirado que o mesmo seja apenas exibido duas vezes, na maravilhosa sala do nosso cineteatro (sexta-feira e hoje sábado pelas 21.30 horas).
Será que não se podia fazer uma matiné no domingo e outra sessão à noite neste mesmo dia? Deste modo, para mim estão a rentabilizar e a usar muito pouco aquele espaço que se quer mais dinâmico.
Mais uma vez a AMI (Assistência Médica Internacional (AMI) vai estar presente numa missão de ajuda a vítimas de catástrofes naturais, neste caso, ao povo haitiano assolado pela terrível tragédia do terramoto.
São pessoas como o Dr. Fernando Nobre que o país e o mundo necessitam, pois põe em prática o seu altruísmo, acima de tudo, para ajudarem quem necessita de ajuda.
Obrigado à AMI e a todos os seus colaboradores pelo seu trabalho, dignificando e representando o povo português sempre de forma exemplar.
Bem hajam a todos eles!
Já agora aconselho que consultem o blog do Dr. Fernando Nobre, onde podem obter mais informações sobre o que se vai passando pelo Haiti e quais as suas necessidades básicas após o sismo de que foi vítima, clicando no seguinte link http://fernandonobre.blogs.sapo.pt/
Dele se contam mil e uma histórias, sendo cada vez mais difícil distinguir a realidade da fabulação relatada pelos que não resistem a colar-se à sua imagem - nalguns casos, o contacto ter-se-á resumido à escuta de uma tirada de José Maria Pedroto vinda lá de longe, da mesa de cartas envolta pelas nuvens de fumo saídas dos seus cigarros fumados uns atrás doutros na Petúlia, confeitaria portuense que era um dos portos de abrigo daquele que muitos ainda consideram o melhor treinador português de todos os tempos.
Visceralmente intuitivo, frontal e ardiloso, mas também culto, paternalista, estudioso e visionário, segundo a generalidade dos que trabalharam às suas ordens ou o defrontaram. Truculento, duro, irónico, noctívago e supersticioso, na perspectiva dos que preferem destacar-lhe predicados menos bondosos, mas que também acabam por ser tidos por virtudes no mundo em que ficou célebre. Pedroto, o "Zé do Boné", morreu fez ontem 25 anos.
O FC Porto, seu clube de coração, assinalou a data com uma homenagem que incluiu missa, jantar, concerto musical e a promessa de Pinto da Costa de lhe dedicar a conquista do campeonato que está na decorrer. Um programa de fato de gravata para distinguir quem passou a vida de fato de treino a desbravar horizontes, travar batalhas importantes dentro e fora dos relvados e a marcar um antes e um depois no nosso pontapé na bola.
Pinto da Costa ficará na história do futebol nacional como o líder carismático e controverso, eventualmente até como o herói epónimo que levou o FC Porto ao sucesso. Mas se o executante do plano operacional foi ele, o ideólogo chamou-se Pedroto. A sublevação que nos anos 80 do século passado começou a derrubar a ditadura dos resultados imposta pelo Benfica e pelo Sporting foi executada e terminada pelo presidente. Mas o mentor foi o técnico que muitos tratavam por "mestre". Porque Pedroto foi mais do que um treinador. "Foi a figura mais fascinante que conheci entre os homens de futebol", disse um dia Fernando Vaz, que o treinou e defrontou e garantiu igualmente um lugar especial nos compêndios da bola.
Aquecer no relvado
Pequeno e franzino, Pedroto foi um dos melhores médios portugueses nos anos 50 (17 vezes internacional). Foi também um treinador sagaz como talvez só Artur Jorge e José Mourinho conseguiram ser em Portugal, mesmo que sem os títulos supranacionais deles. Pedroto foi autor de muitas e boas obras, mas aquela em que todos reconhecem a sua assinatura foi a que libertou o FC Porto dos complexos de inferioridade, fase embrionária do sucesso interno e do arranque do projecto europeu.
Justo reconhecimento, mesmo que Pedroto tenha também inovado na concepção táctica, na acção psicológica junto de comandados e adversários, na disciplina e no profissionalismo. Dele se diz ter sido o primeiro em Portugal a obrigar os jogadores a aquecerem no relvado, antes de descerem ao balneário para a derradeira palestra. O primeiro a introduzir preparadores físicos, a obrigar os jogadores a fazerem alongamentos no final de cada treino e ainda o primeiro a estudar verdadeiramente as armas e as debilidades dos adversários. "Claro, objectivo, pragmático! Era assim Pedroto", escreveu na sua autobiografia Pinto da Costa, fã do poder de argumentação do treinador, apurado na dialéctica dos cafés que ambos frequentaram.
Pedroto nasceu a 21 de Outubro de 1928, em Almacave, freguesia urbana do concelho de Lamego. Foi o mais novo de 11 filhos. Quando o pai, capitão do exército, morreu, a família mudou-se para o Porto. Pedroto tinha sete anos e foi, em regime de internato, para o Colégio Araújo Lima, paredes-meias com o Campo da Constituição. Foi lá que cultivou a adoração por "Pinga" (jogador que iria imitar no estilo) e foi lá que se iniciou no futebol - aos dez anos, foi inscrito nos infantis do FC Porto. Tinha pouco físico, mas muito talento. A II Guerra Mundial não tardou e com ela as restrições alimentares, razão por que a família Pedroto se mudou para Pedras Rubras. Com alguns amigos, formou o FC Pedras Rubras, onde rapidamente acumulou as funções de presidente e de capitão de equipa.
A proximidade levá-lo-ia aos juniores do Leixões. Foi no clube de Matosinhos que recebeu a sua primeira lição de vida. Num jogo no Bessa, fintou todos os adversários que lhe surgiram, guarda-redes incluído, mas em vez de marcar golo, colocou primeiro a bola em cima da linha fatal, arranjou os calções, alisou o cabelo, e só então é que, de calcanhar, rematou para o fundo da baliza. Saiu nos ombros dos colegas de equipa, mas no balneário estava um treinador mal disposto. Chorou e nunca mais esqueceu a reprimenda.
O serviço militar levou-o para Tavira. Entrou na Escola de Sargentos e passou a jogar pelo Lusitano de Vila Real de Santo António. Recebia 100 escudos (50 cêntimos) por vitória, 60 por empate e 20 no caso de derrota. Ali, desperta o interesse de vários clubes. Quem ganha a corrida é o Belenenses, que lhe paga 25 contos para o convencer. Dias depois, por querer manter a palavra, Pedroto recusou um cheque de 80 contos do FC Porto. Em Belém, encontrou Fernando Vaz, que o transformou de avançado promissor em médio da selecção (foi chamado por Cândido de Oliveira em 1952).
No ano seguinte, mudou-se para o FC Porto, que fez uma colecta para pagar os 500 contos (335 para o clube de Belém e o resto para o jogador), então recorde de transferências. O FC Porto construía uma boa equipa, com jogadores como Miguel Arcanjo, Jaburu e Hernâni. Em 1956, treinado por Yustrich, chegou ao título que acabou com o "jejum" de 16 anos. Conquistaria também o campeonato de 1959 e as taças de Portugal de 1956 e de 1958.
Já enquanto jogador mostrava lidar mal com a derrota e ainda um lado zombeteiro que, muitos anos mais tarde, lhe valeu uma rara crítica de um adversário. "O célebre Pedroto tinha um grande defeito. Como não lhe bastasse já a sua nítida superioridade técnica para iludir os adversários com jogadas magistrais, gostava, quase sempre, de gozá-los no momento em que os fintava", recordou um dia Curado, um antigo jogador da Académica que certa vez o deixou estendido no campo por já não suportar ouvir tantos "olés".
Despedido
Ainda jogador e com apenas 25 anos, Pedroto tirou o curso de treinador (ministrado por Cândido de Oliveira), não demorando a dar-lhe uso. Foi o primeiro técnico português com uma especialização tirada na afamada Federação Francesa (apresentou uma tese final com aquilo que considerava serem os 17 princípios de jogo, obtendo uma brilhante classificação - entre os 87 inscritos, apenas cinco foram aprovados, sendo Pedroto o único estrangeiro a obter o diploma).
Tinha então 31 anos e o carácter e a personalidade tornavam-no um líder natural. O bom trabalho na formação do FC Porto levou-o também à selecção de juniores. Em 1961, com jogadores como António Simões e Fernando Peres, Portugal venceu o Torneio Internacional da UEFA, que antecedeu o Europeu da categoria. A primeira experiência de Pedroto com uma equipa sénior foi na Académica, durante duas épocas, seguindo-se o Leixões e o Varzim. Na Póvoa revelou a qualidade de jogo que se tornaria na sua imagem de marca, sempre com muita posse de bola e virado para o ataque.
A experiência acumulada permitiu-lhe regressar ao FC Porto, em 1966. Durante três épocas rondou o êxito, mas venceu apenas uma Taça de Portugal (67/68). No campeonato, somou dois terceiros lugares e um segundo, após disputa pelo título com o Benfica e imediatamente antes de ser despedido. Tudo começou quando o presidente Afonso Pinto de Magalhães não quis pagar mais sete contos para que a viagem de regresso da Luz fosse de avião. "Não posso fazer guerra e poupar balas e gasolina", reagiu Pedroto.
À chegada ao Porto, obrigou a equipa a ficar no lar dos jogadores até ao jogo seguinte. Custódio Pinto, Américo, Gomes e Alberto desobedeceram com o argumento de que tinham de tratar dos negócios. Foram afastados pelo treinador, que viu a aposta numa equipa de segundos planos resultar numa derrota em casa com a Académica e num empate em Tomar. Foi demitido, mas exigiu uma indemnização de 452 contos, 300 dos quais por danos morais. Como resposta, a assembleia geral do FC Porto decidiu que não poderia voltar a ser funcionário do clube.
Regresso ao Norte
Pedroto comprometeu-se com o Setúbal, recebendo 350 contos de prémio de assinatura. Foram cinco épocas de sucesso, somando um segundo lugar (1971/72), o melhor campeonato de sempre dos setubalenses, dois terceiros e dois quartos. Isto, para além de boas campanhas na Taça UEFA (foi duas vezes aos quartos-de-final). A relação acabou quando a direcção impôs aos jogadores um regulamento que os obrigava a pedir autorização para falarem aos jornais, casarem-se ou irem à praia. Pedroto bateu com a porta, uma demissão que os jornais rotularam contra a "lei da rolha".
O 25 de Abril de 1974 estava à porta quando Pedroto regressou ao Norte, para treinar o Boavista. No primeiro ano levou-o ao quarto lugar. No segundo, foi vice-campeão, após disputa animada com o Benfica treinado por Mário Wilson, com quem travou batalhas verbais violentíssimas (por este chegou a ser acusado de "mestre do conflito"). Nos dois anos no Bessa, venceu outras tantas Taças de Portugal.
Entre 1974 e 1976, foi também seleccionador. Sem resultados brilhantes, talvez porque ao futebol português continuassem a faltar-lhe "os últimos 30 metros", como o próprio Pedroto acusava. Acabou por se demitir por não ser satisfeita a reivindicação para que todos os técnicos recebessem um livre-trânsito para os jogos. Social-democrata próximo de Sá Carneiro, o seu passado sindicalista vinha dos tempos em que foi um dos impulsionadores do Sindicato Democrático dos Profissionais de Futebol (Sinbol).
Supersticioso e noctívago por natureza, era obcecado com os rituais antes e depois dos jogos. Nunca usava roupa nova (nem queria que ninguém usasse) em dia de jogo. Gostava de pescar, mas passava noites à volta de mesas de cartas a jogar a ricardina (variante da sueca, em que as regras dependiam do seu humor). À sua volta sobravam os copos de whisky e o fumo de tabaco. No Café Orfeu ou na Pastelaria Petúlia, os parceiros mais frequentes eram Hernâni Gonçalves, Pinto de Sousa, Valentim Loureiro, os jornalistas Nuno Brás e José Saraiva, e Pinto da Costa. Este último foi uma noite gozado por o FC Porto ter perdido para o Boavista a corrida ao leixonense Albertino. No dia seguinte aceitou o convite de Américo de Sá para chefiar o departamento de futebol e não tardou a convencer Pedroto a regressar às Antas. Antes, a assembleia geral do FC Porto anulou a decisão que impedia o seu regresso.
A contratação, estabelecida em casa de Pinto da Costa a 1 de Fevereiro de 1976, manteve-se secreta entre os dois e só seria revelada a 23 de Junho. Pedroto ainda terminou a época no Boavista (acabou o Campeonato no segundo lugar e venceu a Taça de Portugal), mas Pinto da Costa foi contratando os jogadores que ele indicava: por exemplo, Freitas (Belenenses), Duda (Sevilha), Taí (Boavista) e Torres (Setúbal), que fizeram uma mescla com o talento de António Oliveira, Octávio Machado e Fernando Gomes. Foi um regresso messiânico, como se Pedroto tivesse sido escolhido para resgatar o FC Porto das trevas.
Ano 1 nas Antas
O primeiro ano nas Antas serviu para os ajustamentos necessários, mas Pedroto levou o FC Porto ao título em 1978/79. O clube tinha interrompido o "jejum" de 19 anos à custa de um futebol personalizado e ambicioso, ultrapassando o que o próprio Pedroto rotulara de "complexo da Ponte da Arrábida". De braço dado com Pinto da Costa, Pedroto acentuou o discurso bairrista e em torno da dicotomia norte-sul. Sabia usar a imprensa e algumas das suas frases ficaram célebres: "É tempo de acabar com a centralização de todos os poderes em Lisboa"; "Um campeonato ganho pelo FC Porto vale por dois ou mais dos clubes de Lisboa"; "Um brasileiro é bom, dois é de mais, três é uma escola de samba"; "Quanto a árbitros, em casa serve qualquer um. Fora convém que seja um bom árbitro"; "Temos de lutar contra os roubos de igreja no Estádio da Luz"; "Passamos de pombinhos provincianos a falcões moralizados"; "Quando disse que Mário Wilson era um palhaço, não estava a querer ofender os palhaços". O chorrilho de polémicas em que se envolveu deu menor notoriedade ao seu lado visionário. Evidente quando, por exemplo, afirmou: "O verdadeiro calcanhar de Aquiles do nosso futebol reside no simples facto de quase todos pensarmos que, quando saímos dos estádios, já não somos profissionais de futebol."
Na terceira época nas Antas, Pedroto falhou o "tri", ficando a dois pontos do Sporting. Isso tornou evidente que a sua "guerrilha" desagradava a muitos, mesmo no clube. Era o caso do presidente Américo de Sá, também deputado pelo CDS na Assembleia da República. Este, como não conseguiu desmobilizar Pinto da Costa, substituiu-o por Teles Roxo, dando início ao que ficou conhecido nas Antas como o "Verão quente". Pedroto reagiu acusando o presidente de traidor. Resultado: a equipa técnica foi também substituída, dando azo a uma rebelião no balneário.
Apesar de assediado pelo Benfica e pelo Sporting, Pedroto só começou a trabalhar à oitava jornada, quando Pimenta Machado (provavelmente incentivado por Pinto da Costa) o convidou para treinar o Guimarães. Levou Artur Jorge, que Pedroto já via como seu sucessor. Levou também o jogador António Carlos Bernardino, hoje um treinador conhecido na praça por "Bernardino Pedroto". O apelido terá sido a única herança deste filho nunca registado e fruto de uma relação não assumida e anterior ao casamento do "Zé do Boné".
O Vitória foi quinto nesse ano e quarto no seguinte (Artur Jorge já tinha saído para o Belenenses). Durante este período, Pinto da Costa ganhou a sua luta pelo poder e foi eleito presidente do FC Porto. E, em 1982/83, cumpriu a promessa eleitoral de fazer regressar Pedroto.
A soma do carisma e da perspicácia de Pinto da Costa e de Pedroto tinha resultado não só na reorganização de todo o futebol, mas também numa estratégia de afrontamento dos rivais lisboetas e de todos os poderes instituídos, fossem eles os órgãos dirigentes, a comunicação social ou os políticos. Recorreram amiúde a jogos psicológicos e a argumentos regionalistas e bélicos nas suas lutas contra "o Terreiro do Paço" e o "poder macrocéfalo" de Lisboa.
Com o "Zé do Boné", como Pedroto também ficou conhecido devido à habitual indumentária, o FC Porto terminou no segundo lugar. No início da época seguinte, descobriu que tinha um cancro nos intestinos. Seguiram-se viagens a Londres, onde esteve internado em Janeiro de 1984, numa luta inglória e que o impediu de se sentar no "banco" a partir da décima jornada. A partir daí, António Morais seguia as indicações à distância do seu "mestre". Foi já de sua casa que Pedroto viu o FC Porto falhar por pouco em Basileia a conquista da Taça das Taças.
A 24 de Novembro de 1984, Ramalho Eanes foi ao Porto entregar-lhe a Ordem do Infante. Pedroto estava acamado, mas ergueu-se a custo, vestiu-se, colocou os óculos escuros de massa grossa, e fez questão de ir à porta do quarto receber o Presidente da República. Faleceu na manhã do dia 8 de Janeiro de 1985, com 56 anos. Durante a madrugada, satisfez os últimos desejos, tentando beber um whisky por uma colher e fumar um cigarro. Já não viu o FC Porto campeão europeu. Mas os dados foi ele que os lançou. "Pedroto e Pinto da Costa, quando foram para o FC Porto, criaram um clube", diria mais tarde, Artur Jorge.
In Jornal Público, por Bruno Prata.
Texto adaptado do artigo do mesmo autor publicado no quinto volume da Crónica de Ouro do Futebol Português (edição Circulo de Leitores, Lisboa, 2008)
O Dr. Paulo Rangel, a convite da Comissão Política de Secção do PSD de Anadia (PSD/Anadia), desloca-se ao Concelho de Anadia, para a Conferência “Educação, Professores e Alunos".
Este evento ocorrerá no dia 08 de Janeiro de 2010 (Sexta-feira), pelas 21 horas, no Palace Hotel da Curia.
A Conferência terá uma intervenção inicial do Dr. Paulo Rangel a que se seguirá um momento de debate do palestrante com os presentes, momento este que se quer dinâmico e de discussão de ideias.
Esta iniciativa, dirigida primordialmente aos militantes do PSD, está igualmente aberta aos simpatizantes e à sociedade civil, em geral.
Com as posições genuínas e “desassombradas” do Dr. Paulo Rangel, por vezes polémicas, esta Conferência promete ser uma “pedrada no charco” e marcar o início da agenda política nacional do ano 2010.
O Dr. Paulo Rangel é uma eminente personalidade do panorama político nacional. Registou no passado recente uma ascensão meteórica no PSD, sendo nos dias de hoje, uma figura incontornável do Partido. É, sem margem para dúvidas, um dos políticos portugueses mais respeitados da actualidade e um dos rostos de uma nova forma e geração de fazer política.
O Dr. Paulo Rangel, nascido a 18 de Fevereiro de 1968, tem 41 anos. Licenciado em Direito, jurista, jurisconsulto, é actualmente Deputado ao Parlamento Europeu. Foi o grande vencedor das Eleições Europeias de 2009, tendo derrotado Vital Moreira (PS), o que para muitos era impossível de acontecer e o que praticamente nenhuma sondagem previa.
Foi Deputado à Assembleia da República e ascendeu a Presidente do Grupo Parlamentar do PSD na Assembleia da República. No XVI Governo Constitucional desempenhou as funções de Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Justiça.
Durante vários anos dedicou-se à docência universitária. Foi ainda membro da Direcção da Associação "Amigos do Coliseu" e membro da Direcção da Associação Comercial do Porto. Autor de várias publicações destaca-se a obra “Repensar o Poder Judicial” (Publicações Universidade Católica – 2001). Em 1986 recebeu o Prémio Dr. António Ferreira Gomes, e em 1989 foi agraciado com o Prémio René Cassin (Conselho da Europa).
A Igreja Católica encerra este domingo a quadra festiva do Natal com a festa da Epifania.
"Epifania é a manifestação de Deus a todos os povos. O Deus menino que acaba de nascer e descer pelas escadas para habitar entre nós manifesta-se hoje a todos os povos que estão simbolizados nos Magos.
É uma manifestação brilhante e universal. Não é uma festa privada, intimista, fechada e acabada no Belém familiar ou paroquial. O específico deste dia é o sentido universal, a presença amorosa de Deus a todos os homens. Por isso, Jesus é luz e salvação para todos os povos e não só para um povo, uma igreja, uma paróquia.
É importante recuperar neste dia o sentido de Adoração, o sentido profundo e existencial de adorar a Deus. Os Magos vieram do Oriente para adorar o menino e para nos alertar: a quem presto culto? A quem adoramos?
Demos graças a Deus pelo Menino que nasceu para ser luz para todos os povos e que cada um de nós O saiba reconhecer como tal."
Boa noite, No início deste novo ano, saúdo todos os Portugueses, onde quer que se encontrem, e desejo-lhes as maiores felicidades para 2010. Há precisamente um ano, quando falei ao País, referi que 2009 iria ser um ano muito difícil. Acrescentei, na altura, que receava o agravamento do desemprego e o aumento do risco de pobreza e exclusão social. E disse também que Portugal gastava em cada ano muito mais do que aquilo que produzia. Quando proferi estas palavras, não o fiz com um propósito político. Enquanto Presidente da República estou acima do combate político e partidário. Falo aos Portugueses quando entendo que o interesse do País o justifica e faço-o sempre com um imperativo: nunca vender ilusões nem esconder a realidade do País. Em nome da verdade, tenho a obrigação de alertar os Portugueses para a situação difícil em que o País se encontra e para os desafios que colectivamente enfrentamos. Ao longo do último ano, o desemprego subiu acentuadamente, atingindo, no terceiro trimestre, 548 mil pessoas. Quase 20% dos jovens estavam desempregados. A todos aqueles que, no último ano, perderam o seu emprego ou não conseguiram retomar uma actividade profissional, quero deixar uma palavra de conforto, mas também de esperança. Não percam a coragem. Mas o desemprego não é o único motivo de preocupação. A dívida do Estado tem vindo a crescer a ritmo acentuado e aproxima-se de um nível perigoso. O endividamento do País ao estrangeiro tem vindo a aumentar de forma muito rápida, atingindo já níveis preocupantes. Acresce que o tempo das taxas de juro baixas não demorará muito a chegar ao fim. Se o desequilíbrio das nossas contas externas continuar ao ritmo dos últimos anos, o nosso futuro, o futuro dos nossos filhos, ficará seriamente hipotecado. Quando gastamos mais do que produzimos, há sempre um momento em que alguém tem de pagar a factura. Com este aumento da dívida externa e do desemprego, a que se junta o desequilíbrio das contas públicas, podemos caminhar para uma situação explosiva. Portugal tem de juntar todas as suas forças para inverter esta situação. Não podemos continuar a ser ultrapassados, em termos de nível de desenvolvimento, por outros países da União Europeia. De acordo com os indicadores mais recentes, Portugal já baixou para a 19ª posição, estando apenas à frente de oito países da Europa de Leste que aderiram há poucos anos à União. Tempos difíceis são tempos de maior exigência e de elevada responsabilidade. Para todos, é certo, mas ainda de maior exigência e responsabilidade para os detentores de cargos públicos. O exemplo deve vir de cima. O País real, que quer trabalhar, que quer uma vida melhor, espera que os agentes políticos deixem de lado as querelas artificiais, que em nada resolvem os verdadeiros problemas das pessoas. É tempo de nos concentrarmos naquilo que é essencial, com destaque para o combate ao desemprego. Não é tempo de inventarmos desculpas para deixarmos de fazer o que deve ser feito.Estamos perante uma das encruzilhadas mais decisivas da nossa história recente. É por isso que, em consciência, não posso ficar calado. Em face da gravidade da situação, é preciso fazer escolhas, temos de estabelecer com clareza as nossas prioridades. Os dinheiros públicos não chegam para tudo e não nos podemos dar ao luxo de os desperdiçar. Recordo o que tenho vindo insistentemente a defender. Nas circunstâncias actuais, considero queo caminho do nosso futuro tem de assentar em duas prioridades fundamentais. Por um lado, o reforço da competitividade externa das nossas empresas e o aumento da produção de bens e serviços que concorrem com a produção estrangeira. Por outro lado, o apoio social aos mais vulneráveis e desprotegidos e às vítimas da crise. É uma ficção pensar que é possível conseguir uma melhoria duradoura do nível de vida dos portugueses sem o aumento da produtividade e da competitividade da nossa economia. O reforço da competitividade depende, desde logo, da confiança e da credibilidade das nossas instituições, nomeadamente do sistema de justiça e da Administração Pública. Devemos apostar, por outro lado, em políticas públicas que promovam uma educação exigente e uma formação profissional de qualidade, que fomentem a inovação, que incentivem os investimentos das empresas no sector dos bens e serviços que concorrem com a produção externa. Cerca de noventa e cinco por cento das nossas empresas têm menos de vinte trabalhadores. Sendo esta a estrutura do nosso tecido produtivo, o contributo das pequenas e médias empresas é decisivo para a redução do desemprego e para o desenvolvimento do País. Às instituições financeiras, por seu lado, exige-se que apoiem de forma adequada o fortalecimento da capacidade das pequenas e médias empresas para enfrentarem a concorrência externa. Se o Estado tem a responsabilidade de garantir a estabilidade do sistema financeiro em períodos de turbulência, os bancos têm a responsabilidade social de garantir que o crédito chega às empresas. Nos últimos tempos, temos ouvido muitos apelos para que o Presidente da República intervenha activamente na vida política. No entanto, na lógica do nosso sistema constitucional, não compete ao Presidente da República intervir naquilo que é o domínio exclusivo do Governo ou naquilo que é a actividade própria da oposição. Portugal dispõe de um Governo com todas as condições de legitimidade para governar, um Governo assente numa maioria relativa conquistada em eleições ainda há pouco realizadas. O novo quadro parlamentar, aliado à grave situação económica e social que o País vive, exige especial capacidade para promover entendimentos da parte de quem governa, a que deve corresponder, por parte da oposição, uma atitude de diálogo e uma cultura de responsabilidade. Os Portugueses compreenderiam mal que os diversos líderes políticos não se concentrassem na resolução dos problemas das pessoas e que não empenhassem o máximo do seu esforço na realização de entendimentos interpartidários. Neste contexto, a difícil situação das nossas contas públicas lança um desafio de regime aos partidos representados no Parlamento. Os custos da correcção de um desequilíbrio das finanças públicas podem ser dramáticos, como o demonstram os exemplos de outros países da União Europeia. Importa ter presente que Portugal tem já um nível de despesa pública e de impostos que é desproporcionado face ao seu nível de desenvolvimento. Assim, seria absolutamente desejável que os partidos políticos desenvolvessem uma negociação séria e chegassem a um entendimento sobre um plano credível para o médio prazo, de modo a colocar o défice do sector público e a dívida pública numa trajectória de sustentabilidade. O Orçamento do Estado para 2010 é o momento adequado para essa concertação política, que, com sentido de responsabilidade de todas as partes, sirva o interesse nacional. Não devemos esperar que sejam os outros a impor a resolução dos nossos problemas. Portugueses, Neste ano de 2010, iremos celebrar o centenário da República. Vamos fazê-lo numa conjuntura que é de grandes dificuldades. Mas, precisamente por isso, temos de perceber que a nossa crise não é apenas económica. É, também, uma crise de valores. Há que recuperar o valor da família. O esbatimento dos laços familiares tem sido um dos factores que mais contribuem para agravar as dificuldades que muitos atravessam. Devemos também valorizar a prática do valor da ética republicana. A ética nos negócios, nos mercados e na vida empresarial, mas também na vida pública, tem de ser um princípio de conduta para todos. Temos também de restaurar o valor da confiança nas instituições e na justiça. Os Portugueses têm de acreditar que existe justiça no seu País, que ninguém está acima da lei. Sei que a grande maioria dos magistrados se empenha, séria e discretamente, em fazer bem o seu trabalho. Neste primeiro dia do ano, importa reafirmar o valor da esperança. Repito aos Portugueses o que lhes disse há precisamente um ano: não tenham medo. Possuímos uma longa História de que nos orgulhamos, porque no passado não tivemos medo. E aqui estamos hoje, um Estado democrático que faz parte de uma Europa Unida. Aqui estamos hoje, em 2010, porque acreditámos em nós próprios e num destino chamado futuro. Em nome desse futuro, temos de continuar a lutar. O combate que travamos por Portugal é feito em nosso nome e em nome dos nossos filhos. Eu acredito em Portugal. Por isso, continuarei a lutar pelo futuro desta nossa terra. No meio de tantas incertezas, os Portugueses podem ter uma certeza: pela minha parte, não desistirei e nunca me afastarei dos meus deveres e dos meus compromissos. A todos, um Bom Ano de 2010.