Paulo "Cagido"

O verão começa a passos largos a despedir-se, com ele vão também os nossos emigrantes de regresso aos países de acolhimento.
Aqui fica a minha homenagem aos emigrantes portugueses, em especial aos de Anadia e restante Bairrada.

O EMIGRANTE

Um dia o Zé teve de partir de Anadia.
Com ele foi também o António, a Graça e a Maria.
Os quatro levavam uma mala cheia de nada,
No pensamento e no seu coração estava sempre a sua Bairrada.
Muita oração e crença em Deus,
Era o que mais pediam para os seus.
O maior desejo afinal,
Era regressar brevemente a Portugal.
Saíram de madrugada da capital do espumante,
E são agora mais quatro emigrantes.
Saudade, tristeza e amargura,
É aquilo que ao António o mais tortura.
Passam o tempo todo a recordar,
Porque à sua terra Natal querem voltar.
A Maria só se sente feliz,
Quando pisa o chão do seu país.
A Graça lá longe está sempre com um desejo,
Dar aos seus pais um enorme beijo.
É assim a vida do emigrante,
Que por vezes parece um errante.
Mas agarra com toda a força que tem na mão,
A fé, a alegria e a esperança e mete-as no seu CORAÇÃO!.

Paulo Cardoso

Poema lido na Feira da Vinha e do Vinho 2016, no palco Sentir Anadia.