Quinta-feira, 11 de Setembro de 2008

11 DE SETEMBRO TAMBÉM JÁ FOI DIA TRÁGICO PARA PORTUGAL

   Memorial às vítimas do acidente de comboio em Alcafache - Nelas.

   Foto retirada do blogue http://atonito.blogspot.com/

  

   Pior acidente ferroviário de sempre em Portugal 
   Passaram 23 anos, mas aqueles que viveram o dia 11 de Setembro de 1985 nunca mais vão esquecer esta data. Foi o pior acidente ferroviário de sempre em Portugal. Dois comboios chocaram de frente na Beira Alta, por erro humano. O número de mortos nunca chegou a ser exactamente calculado.
   A maior parte das vítimas era natural de Ovar e regressavam a França, onde estavam emigrados. Marília Moita, coordenadora do CDOS, perante uma chamada recebida de uma pessoa que estava no local, apercebeu-se imediatamente que se tratava de um grave acidente. António Arede e Teresa Cardoso, ambos jornalistas, recordaram ao nosso Jornal a forma como viveram este acontecimento, que marcou para sempre a sua vida profissional.
   Ainda hoje não é conhecido o número exacto de vítimas deste brutal acidente ferroviário, na linha da Beira Alta. Dos 460 passageiros que viajavam nos dois comboios, estima-se que tenham morrido entre 120 e 150 pessoas. Apenas foi possível reconhecer 14 corpos, dada a intensidade do embate e o incêndio que deflagrou nas duas carruagens, dada a elevada quantidade de combustível que carregavam. 
   Quem viveu o dia 11 de Setembro de 1985, entre bombeiros, médicos, passageiros e população em geral, certamente que ainda recorda, com arrepio, aquilo que viu naquela tarde.
   Na estação de Nelas, o comboio Internacional Sud-Express, com destino a França, recebe ordem para partir. Praticamente à mesma hora, no apeadeiro de Alcafache/Moimenta do Dão, o Inter-regional que seguia em direcção a Coimbra, recebe ordem para seguir em direcção a Nelas. Depois da partida, e não havendo forma de contactar nenhum dos maquinistas, o embate era inevitável.
   De acordo com o blog "Factos da história", quando o chefe de estação de Nelas comunica a saída do Internacional, ao apeadeiro de Alcafache, era tarde de mais. Depois de momentos de pânico, o silêncio instalou-se face ao sentimento de incapacidade. 
   O alerta, segundo as notícias da época, terá sido dado por uma brigada da GNR, que ali perto, na Estrada Nacional 234, montara uma operação stop de rotina.
   A última solução para evitar a colisão, era contactar a guarda da passagem de nível que existia entre as duas estações para tentar parar o Internacional. Quando Nelas lhe telefona, o comboio já ali tinha passado. Poucos minutos depois do embate, acorreram ao local os bombeiros de Nelas e Mangualde, longe de imaginar o cenário catastrófico que iriam encontrar. Nas horas que se seguiram, chegam reforços de todo o lado do país.
   Carruagens a arder, pessoas aos gritos e em pânico, corpos carbonizados, pessoas feridas em redor dos comboios, e um incêndio florestal que começou a deflagrar nas imediações e que era preciso controlar rapidamente, era este o panorama instalado.
   Dada a dimensão da catástrofe, bombeiros e restantes equipas de salvamento, demoraram três dias até poderem sair do local.
   A maior parte das vítimas eram naturais de Santa Maria de Válega, em Ovar e estava emigrada em França. Depois de mais umas férias na terra natal, regressavam ao país que os acolhia. Todos os anos, no dia de hoje, a Associação de Emigrantes de Santa Maria de Válega faz questão em relembrar todos os mortos.
   Em homenagem às vítimas, foi erguido no local do acidente um monumento simbólico que assinala a data desta tragédia. Este monumento faz ainda referência a todos quantos estiveram envolvidos nas operações de socorro e de apoio aos sobreviventes.
Ramalho Eanes, então Presidente da República, decretou três dias de luto nacional. 

In Diário de Viseu em 11/09/2008.

 

   Jamais esquecerei este acidente, pois na altura do mesmo, encontrava-me internado nos Hospitais da Universidade de Coimbra, no serviço de Neuro-traumatologia, vítima de atropelamento, para onde foram transferidos vários feridos. Foi uma noite muito intensa, para médicos, enfermeiros e auxiliares de acção médica.

sinto-me: Sem palavras
publicado por cagido às 22:14

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