(Palavras proferidas na sessão de homenagem a Mário Teixeira, no dia 20/10/2012)
No desempenho das minhas funções de Presidente da Assembleia-Geral desta Humanitária Associação, em meu nome pessoal e no de mais de cinco milhares de associados que aqui represento, começo por dar as boas vindas a todos os ilustres visitantes que nos honram com a sua presença, por saudar todos os associados que mais uma vez nos deram o prazer de se juntarem em reunião magna, e por manifestar o nosso permanente apreço pela presença de todos os elementos do Corpo Activo desta Associação, sua razão de existir e, também, por cumprimentar todas as pessoas amigas que quiseram estar connosco, neste dia de júbilo e por fim, saudar muito vivamente o Homenageado que aqui nos juntou, o Sr. Mário Augusto Ferreira Teixeira, esforçado presidente da Direcção da nossa Associação e nosso muito querido amigo.
Este é um acto de homenagem a Mário Teixeira. Por isso é do homem que conheço, há muitos anos, que aqui quero falar, neste momento, correndo o risco de, sobre ele, nada dizer que outros não conheçam de sobejo. Mas mesmo assim, acho que não devemos silenciar aquilo que de melhor as pessoas possuem, sabendo-as tão ricas de sentimentos e de afectos. Sobretudo sobre pessoas que, como Mário Teixeira, durante mais de metade da sua vida tanto tem dado à comunidade em que tão bem se insere.
Passarei breve sobre a exemplaridade da sua vida pessoal e familiar, sobre a probidade da sua vida profissional, enquanto gestor bancário, sobre o evidente reconhecimento social que ninguém lhe regateia. Se a vida de um homem se pudesse resumir em duas palavras, de Mário Teixeira diria, apenas, que é um homem bom. Homem bom no sentido que antigamente se usava: nobre, honesto, bondoso, justo e respeitoso. Por isso respeitável.
Mas, quem aqui, hoje, homenageamos é o homem dedicado a uma nobilíssima causa do mais gratificante voluntariado, os Bombeiros.
Associado muito antigo dos Bombeiros Voluntários de Anadia, cuja vida teve pontos altos e pontos baixos, por vezes, pontos muito baixos, a ponto de quase ter que refazer de novo, se não a Associação, pelo menos a sua Corporação, Mário Teixeira, como qualquer dedicado associado, vivia com amargura os momentos mais difíceis dos Bombeiros de Anadia.
Por isso, apesar de conceituado gestor bancário, não surpreendeu ninguém quando aceitou assumir as funções de Vice-presidente de uma Direcção, eleita em Fevereiro de 1973. Era a sua esperada maneira de contribuir para o progresso e bom nome de uma tão nobre instituição. Os seus dois primeiros mandatos nessa qualidade serviram-lhe não apenas para conhecer mais de perto a Associação e os seus problemas, como para propor soluções que a sua experiência profissional e o seu acentuado sentido de servir também ditavam. E a sua dádiva e dedicação aos Bombeiros foi tão intensa que durante o seu primeiro mandato tomou uma atitude verdadeiramente pouco habitual: sendo membro da Direcção, com a posição de vice-presidente, não desdenhou servir no terreno, como Auxiliar Motorista, integrado no Quadro Auxiliar e de Especialistas do Corpo de Bombeiros Voluntários de Anadia. Que melhor exemplo de voluntariado e de espírito de missão nos podia dar Mário Teixeira? Esbanjava não apenas a disponibilidade do seu ocupado tempo, como corria o risco físico de conduzir viaturas em situações de emergência. Por isso, quando, hoje, o Presidente Mário Teixeira fala ao pessoal da sua Corporação fá-lo com o conhecimento directo e prático da sua experiência pessoal, como operacional.
Em 1977, Mário Teixeira foi eleito Presidente da Direcção e, desde então, tem exercido essas funções, até aos dias de hoje, obtendo o lugar que ninguém lhe disputa, em eleições sucessivas. Não era isso que acontecia exactamente, antes dele.
Mário Teixeira sabia que uma das grandes carências da Associação eram instalações condignas para o Corpo de Bombeiros e o seu material. Durante mais de cinquenta anos, a Corporação comprimia-se em acanhados barracões, sem condições de qualquer espécie, quer para o pessoal, como para o material. Mário Teixeira empenhou-se, desde o seu primeiro momento, como responsável, na construção de um Quartel, este em que nos encontramos, na verdade o único digno desse nome que a Corporação alguma vez teve.
Também aí, ninguém se surpreendeu por ver o empenho de Mário Teixeira, quer como mentor e impulsionador da construção do Quartel, quer como activo participante em inúmeras acções de angariação de meios e fundos para tal fim. Pouco tempo depois de ser eleito Presidente, pela primeira vez, deslocou-se junto de comunidades de anadienses residentes no estrangeiro, especialmente, nos Estados Unidos, onde a sua ideia e a sua ida suscitou tanto entusiasmo que de lá trouxe um forte incentivo pecuniário que logo permitiu começar a dar forma ao que até então era um simples sonho.
Mas a concretização do sonho foi um longo e árduo trabalho em que Mário Teixeira esteve sempre presente. A sua acção fez-se sentir em todos os aspectos da vida da Associação e do seu Corpo de Bombeiros: saneou a situação financeira de uma instituição que tinha dificuldades em cumprir com os seus compromissos económicos; impôs ordem e estabilidade do comando do Corpo de Bombeiros; estabeleceu ou harmonizou relações leais e saudáveis entre a Associação e Instituições e Pessoas do Concelho, mormente com entidades administrativas; reorganizou e renovou todo o sistema administrativo e contabilístico, com as modernas ferramentas informáticas; foi decisivo na instalação de transporte não urgente de doentes; renovou e completou a frota de viaturas e meios de combate a incêndios; etc., etc., etc., porque não é possível reduzir a duas linhas toda uma intensa actividade directiva de mais de três décadas.
Mas também viveu momentos dolorosos e dramáticos, como quando no dia 14 de Junho de 1986, viu morrer alguns dos seus homens no pavoroso incêndio florestal de Castanheira do Vouga. Também aí foi intransigente e incansável na defesa dos direitos das famílias das vítimas e no restabelecimento dos bombeiros que ficaram feridos ou com sequelas graves.
A vida de um dirigente de Bombeiros não é hoje uma tarefa descansada. Não é, apenas, o seu quartel e o seu pessoal e os seus constantes problemas que o ocupam, pois, por força das suas funções e, sobretudo da sua reconhecida disponibilidade, Mário Teixeira é, ainda, membro do Conselho Municipal de Segurança e já foi membro dos corpos directivos da Federação dos Bombeiros do Distrito de Aveiro.
E, por isso, também, tem sido reconhecido: - é sócio de mérito da Liga dos Bombeiros Portugueses, foi distinguido com a medalha de Serviços Distintos, Grau Ouro, da Liga Portuguesa de Bombeiros e é, actualmente, membro eleito do Conselho Superior Consultivo da mesma Liga.
Mas, Mário Teixeira é, sobretudo, o presidente dos Bombeiros de Anadia, um homem que, um dia, não há-de ser fácil substituir.
É este homem que hoje homenageamos com a atribuição da rara distinção de Sócio Honorário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Anadia, votada por unanimidade em Assembleia Geral desta Instituição, cujo diploma vou ter a honra de entregar, de imediato.
Parabéns e muito obrigado, Mário Teixeira.
Disse.
(Carlos Alegre)
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