Paulo "Cagido"

   Soube hoje que a nossa língua é a 3.ª mais falada na rede social Facebook. Cada vez concordo mais com Fernando Pessoa quando escreveu profeticamente "a minha pátria é a língua portuguesa". Deste modo, descobrimos frases fantásticas nos nossos autores, tais como, na obra infantil O Beijo da Palavrinha do moçambicano Mia Couto, "Quem nunca viu o mar não sabe o que é chorar!", apercebemo-nos também que temos à nossa volta crianças que muito se identificam com a ternura e solidariedade de Zeca Zonzo, a simplicidade e esperança de Jaime Litorânio, a beleza e inocência de Maria Poeirinha. Em suma, para as crianças africanas um pouco de nada chega-lhes para serem felizes. E para nós?

   Foi com imenso agrado que vi hoje no regresso do trabalho, ao circular junto à nova igreja paroquial de Anadia, os trabalhos de colocação dos 5 sinos e a respetiva cruz.

   Quando se executarem todos os acabamentos a nossa cidade passa a usufruir de um espaço de culto religioso de excelência.

   Os meus parabéns a todos aqueles que trabalharam para que este velho sonho se tornasse realidade: "Deus quis, o homem sonha, a obra nasce", Fernando Pessoa. Não se esqueça que a inauguração será no próximo domingo, pelas 16 horas com a presença do sr. Bispo de Aveiro D. António Francisco.

  Em Portugal celebra-se no primeiro dia de Junho o Dia da Criança.

   Relembram-se os seus direitos entre várias actividades lúdico-desportivas. Mas deixo aqui o poema Liberdade de Fernando Pessoa, onde numa quadra refere que " o melhor do mundo são as crianças". Não podia estar mais de acordo com a sua mensagem.

   Que cada um de nós saiba amar como as crianças.

Liberdade
Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada.
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca.

Fernando Pessoa
(1888-1935)

   Permitam-me o pleonasmo do título deste post, mas deixo aqui duas palavrinhas da praxe, nesta altura do ano. Assim, deste modo, quero desejar a todos os meus familiares, (em particular ao meu pai), amigos e leitores deste blog, votos de um bom ano de 2011, especialmente, com muita saúde, trabalho e alegria.

   Não vale a pena andarmos a lamentar constantemente. Passemos das palavras aos actos. Há que arregaçar as mangas, dar o nosso melhor e acreditarmos em nós próprios, porque se formos a contar com quem nos governa, não vamos longe. Com a ajuda de Deus e o sonho do Homem, as coisas acontecem, já dizia o grande poeta Fernando Pessoa.

   Força Portugal!