
Com o aproximar do final do ano lectivo o trabalho parece que nunca mais acaba. Cá em casa todos foram para a Feira da Vinha e do Vinho, menos eu e o filhote mais novo que está com varicela, no qual lhe desejo rápidas melhoras.

Mário Cordeiro, pediatra, disse na semana passada numa conferência organizada pelo Departamento de Assuntos Sociais e Culturais da Câmara Municipal de Oeiras, que muitas birras e até problemas mais graves poderiam ser evitados se os pais conseguissem largar tudo quando chegam a casa para se dedicarem inteiramente aos seus filhos durante dez minutos.
Ao fim do dia os filhos têm tantas saudades dos pais e têm uma expectativa tão grande em relação ao momento da sua chegada a casa que bastava chegar, largar a pasta e o telemóvel e ficar exclusivamente disponível para eles, para os saciar.
Passados dez minutos eles próprios deixam os pais naturalmente e voltam para as suas brincadeiras. Estes dez minutos de atenção exclusiva servem para os tranquilizar, para eles sentirem que os pais também morrem de saudades deles e que são uma prioridade absoluta na sua vida. Claro que os dez minutos podem ser estendidos ou até encurtados conforme as circunstâncias do momento ou de cada dia. A ideia é que haja um tempo suficiente e de grande qualidade para estar com os filhos e dedicar-lhes toda a atenção.
Por incrível que pareça, esta atitude de largar tudo e desligar o telemóvel tem efeitos imediatos e facilmente verificáveis no dia-a-dia. Todos os pais sabem por experiência própria que o cansaço do fim de dia, os nervos e stress acumulados e ainda a falta de atenção ou disponibilidade para estar com os filhos, dão origem a uma espiral negativa de sentimentos, impaciências e birras.
Por outras palavras, uma criança que espera pelos pais o dia inteiro e, quando os vê chegar, não os sente disponíveis para ela, acaba fatalmente por chamar a sua atenção da pior forma.
Por tudo isto e pelo que fica dito no início sobre a importância fundamental que os pais-homem têm no desenvolvimento dos seus filhos, é bom não perder de vista os timings e perceber que está nas nossas mãos fazer o tempo correr a nosso favor.
In Boletim de Julho da Acreditar
- Será que ao fim de um dia de trabalho os pais também não têm saudades dos seus filhos?
Eu e a minha mulher temos bastante dos nossos, no qual fazemos os possíveis de brincar com eles todos os dias, havendo por vezes bastante algazarra e risotas de ambas as partes com as brincadeiras que fazemos. Até já tive o cuidado de perguntar ao vizinho se o barulho os incomodava, do qual obtive felizmente uma resposta negativa.
Hoje em dia as crianças necessitam de muita atenção e afecto dos seus progenitores. No meu local de trabalho constato em algumas delas grandes carências afectivas. Temos de ser mais responsáveis e dar-lhes todo o apoio e carinho para se sentirem mais seguras a nível social, cognitivo e psicológico.